Alan Florêncio Cardoso, 21 anos, residente na Fazenda Ouro Negro, no município de Cavalcante, estava desaparecido depois de uma discussão com parentes. Seu corpo foi encontrado em cova rasa no final da tarde de hoje.
Roberto Naborfazan
O jornalismo comunitário, feito com equipe reduzida, mas focado no bem informar, com independência e seriedade, não pode se prender a editorias específicas. Há que ser dinâmico, polivalente, passando pelas editorias de esporte, economia, política, investigativa, etc., porque a população quer e precisa da informação no tamanho da verdade, sendo, na maioria das vezes, ela mesma a própria notícia.
O Jornal O VETOR, nascido e criado no nordeste goiano, passou a ser uma espécie de porta voz da região. Informando, investigando, cobrando ações, atendendo as demandas da região mais isolada do Estado, e mesmo com o esforço do governador Ronaldo Caiado, ainda muito mal assistida.
Na manhã deste sábado, 3 de abril de 2021, nossa reportagem recebeu de nosso correspondente voluntário em Cavalcante/Teresina de Goiás, o radialista e policial civil aposentado, Edson “Balada” Moreira, a informação de que um rapaz estava desaparecido há vinte e uma dias no município de Cavalcante, e que a família precisava de apoio policial nas investigações, e na divulgação em busca por alguma informação.
Nossa reportagem iniciou o contato com a família por volta do meio dia, após as primeiras informações passadas pelo reporte Edson Balada.
Fomos informados por um parente próximo da vítima, o jovem Alan Florêncio Cardoso, 21 anos, residente na Fazenda Ouro Negro, no município de Cavalcante, que ele estava desaparecido há cerca de cinco dias, e que buscavam atendimento do Corpo de Bombeiros Militares e das Policias Civil e Militar. Que haviam buscado a Delegacia de Cavalcante, mas que, devido ao feriado, o Boletim de Ocorrência, por ser o caso de desaparecimento, deveria ser feito Online.
Foi enviado para a redação do Jornal O VETOR o registro de ocorrência. No Registro de Atendimento Integrado (RAI) número 18886610, emitido as 10:23 horas do dia 03/04/2021 a comunicante T. F. C relata que “No dia 13/03/21 a vítima estava em um dia normal na casa do tio Antônio do Reis Florêncio Cardoso, com seus primos Saulian e Anderson. Em certo momento houve um desentendimento entre a vítima desaparecida, Alan Florêncio, e seus dois respectivos primos. Houve trocas de ameaças entre os envolvidos, porém sem agressão física. Logo após a situação, a vítima foi embora para a fazenda aonde trabalhava (montado em um jumento) e seus primos logo após saíram. No dia seguinte, o jumento aparece sozinho no local de trabalho da vítima sem as celas e demais apetrechos. A partir daí Alan Florêncio nunca mais foi visto.”.
A reportagem de O VETOR buscou então, por volta das 13:30 horas, posicionamento do Delegado de Cavalcante, Dr. Lucas Sabag, mas o telefone fixo da delegacia local não foi atendido. Buscamos na sequência contato, via celular, com a Comandante do 3º Pelotão Militar, 1º Sargento Lana, que atendeu nossa chamada, mas a comunicação ficou inaudível e caiu. Mandamos mensagem por aplicativo, questionando se a Polícia Militar estava ciente, se sim, que medidas estavam sendo tomadas. Não obtivemos reposta.
Entramos então em contato com o delegado titula da 13ª Delegacia Regional da Polícia Civil (Posse), doutor Alexandre Augusto Costa Câmara, que nos informou já ter conhecimento do teor do RAI sobre o caso, e que havia informado a família que deveriam ir até Campos Belos, registrar a ocorrência com maiores detalhes diante do doutor Carlos Eduardo Cruz, titular daquela delegacia.
Doutor Alexandre afirmou também que já havia feito contato como Tenente Álvaro, do Corpo de Bombeiros, em Minaçu, e que ele aguardava apenas que a família passasse a localização para se deslocar ao local.
A reportagem do Jornal O VETOR, questionou ao Dr. Alexandre o fato de que Campos Belos fica a quase duzentos kms de distância do local do crime, e que mesmo com a deficiência da rede telefônica na localidade, por ser difícil acesso, se essa conversa com o delegado não poderia ser por telefone, sendo que o delegado regional acenou positivamente.
Voltamos a falar então com nossa fonte familiar, questionando-a primeiro – ela havia nos informado que o rapaz estava desaparecido há cinco dias, mas o boletim apontava vinte e um dias? Segundo – porque a família só comunicou a Policia depois de tanto tempo, o que de fato havia acontecido?
Nossa fonte então relatou que o desparecimento havia acontecido há vinte e um dias, mas como Alan Cardoso estava a trabalho em uma fazenda, os pais só ficaram sabendo há cerca cinco dias e que o fato de a delegacia de Cavalcante estar fechada atrasou a comunicação.
Buscamos mais informações com fontes que moram na região, e nos foi informado que Alan Cardoso e os primos Saulian e Anderson haviam passado a noite fumando maconha, e que em determinado momento se desentenderam com agressões verbais. Que logo na manhã seguinte, ao acordar, Alan Cardoso notou que tinham lhe subtraído cerca de trezentos reais de maconha que ele havia adquirido, e que por isso se iniciou uma nova discussão, com ameaças de morte de ambos os lados. Logo depois, segundo nossa fonte, Alan Cardoso montou em um burro e partiu rumo a fazenda que trabalhava, e que seus primos saíram logo atrás. “Fato é que o burro apareceu sozinho lá na fazenda, sem o arreio, e o Alan não foi mais visto depois desse dia” relatou nossa fonte.
Por volta das 15:00 horas nossa reportagem conseguiu contato com a madrasta de Alan, N. D, que relatou não estar conseguindo falar por telefone como o delegado de Campos Belos e que a família naquele momento não tinha condições de viajar até aquele município. Ela relatou ainda que estava tentando contato com o Tenente Álvaro, do corpo de Bombeiros, mas que não tinha como falar em telefone fixo, só por mensagem ou áudios.
Focados em dar luz aos fatos para concluirmos nossa reportagem de forma clara e transparente, buscamos caminhos e fontes até conseguirmos falarmos com o Sargento Augusto, do Corpo de Bombeiros Militares de Minaçu, que nos atendeu com presteza, mostrando conhecer bem a região da Capela, onde se desenrolava os fatos. Depois de debatidos alguns pontos e questionamentos, Sargento Augusto deu a equipe de O VETOR o contato para que a família falasse diretamente com a corporação.
Voltamos a fazer contato com a madrasta, passando os meios de contato, e por volta das 16:00 horas, N.D, a Madrasta de Alan Cardoso, nos comunicou que o Tenente Álvaro e seu grupamento fizeram contato e iniciariam as buscas logo na manha de domingo, dia, 04.
Com experiência no jornalismo investigativo, nós da equipe de reportagem do Jornal O VETOR sabíamos que o caso exigia bem mais a atuação das Policias Civil e Militar, do que do Corpo de Bombeiros.
Buscamos então falar com o delegado de Campos Belos. Depois de algumas tentativas, recebemos uma mensagem do Dr. Carlos Eduardo, nos passando o telefone do delegado plantonista, Dr. Caio Menezes, que prontamente nos atendeu e após ciência do resultado de nossa investigação, acionou o delegado regional, doutor Alexandre, e também a delegacia de Campos Belos, se atualizando sobre os fatos, e agilizando o trabalho que será passado ao delegado titular.
Dr. Caio Menezes afirmou também para nossa reportagem que já estava buscando contato com a família para mais detalhes.
Enquanto dávamos inicio a fase escrita de nossa reportagem, recebemos do Sargento Augusto, do Corpo de Bombeiros de Minaçu, a informação, segundo ele vinda de um vereador pelo município de Cavalcante, que o corpo de Alan Cardoso havia sido encontrado.
Imediatamente voltamos a falar com a madrasta da vitima, que, muito emocionada, nos confirmou que roupas e pertences de Alan havia sido encontrados próximo de uma cova grande e rasa, e que por ele ser bem alto, tudo indicava ser onde estava enterrado seu enteado.
Uma testemunha que esteve no local onde o corpo foi encontrado afirmou ao Jornal O VETOR que o crime teve requinte de crueldades, e que, aparentemente, Alan Cardoso teve que abrir a própria cova e foi torturado antes de ser assassinado.
A testemunha afirmou ainda que não permitiram movimentações no corpo e na cova para não atrapalhar o trabalho da polícia cientifica.
Essa testemunha relatou também que a casa do Tio, onde tudo aconteceu, estava fechada, e seus moradores desaparecidos.
Voltamos a Falar com o delegado plantonista, para sabermos quais ações haviam sido tomadas depois de o corpo ter sido localizado. Dr. Caio Menezes nos relatou que já havia feito todos os requerimentos em pericia, tanto de local de crime, quanto de exumação do corpo.
Nos disse também que já haviam sido acionados o Instituto de Criminalística, quanto o IML, que pelo fato de o corpo estar enterrado, foi requisitada também uma equipe do Corpo de Bombeiros, que junto com as Policias Militar e Civil, vão se dirigir até o local do crime e, depois dos procedimentos de praxe, se dará inicio as investigações em busca de mais informações, alinhando a dinâmica do caso e possibilitando prender os autores desse crime.
O trabalho investigativo do Jornal O VETOR fez girar a roda do trabalho conjunto das forças policiais, acompanhando e auxiliando nessa missão, e trazendo a notícia em cima do fato e no tamanho da verdade. Continuaremos acompanhado o trabalho policial e traremos mais informações aqui em nosso portal e também no programa Cidade do Ar, das 10 ao meio dia, de segunda a sexta-feira, na Rádio Paraíso FM (www.radioparaisofm.com.br)
Lamentamos e nos solidarizamos com a família pelo desfecho trágico do caso, com a perda de seu parente.