Segundo desabafo de um irmão do paciente em uma rede social, ele teria levado uma murro do médico enquanto estava desmaiado. Profissional alega que realizou manobra de exame físico preconizada e reconhecida pela medicina. Ambas as partes afirmam ter registrado TCO.

Roberto Naborfazan

Uma postagem em uma rede social na noite de segunda-feira, 31, causou grande comoção e movimentou os comentários entre os moradores de Alto Paraíso de Goiás, município polo do turismo na Chapada dos Veadeiros, no nordeste goiano.

Um jovem de uma família bastante conhecida na cidade afirmou que seu irmão foi agredido com um murro, dado pelo médico que o atendeu no hospital municipal Gumercindo Barbosa.

Segundo relato feito pelo jovem na rede social, a vitima teria passado mal em casa e por isso foi levado para o hospital, onde teria chegado desmaiado, e que o médico que os atendeu, já iniciou os procedimentos “debochando” da genitora do paciente, afirmando que ele estava fingindo o desmaio.

Ato contínuo, relata o jovem em sua postagem, o médico entrou na sala do ambulatório e deu um soco em seu irmão.

Em seu desabafo, o jovem relata que acionou a Polícia Militar e registrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) contra o médico.

O jovem afirma também que sofreu ameaças por parte do médico e que uma enfermeira teria presenciado tudo, e que, muito emocionada, o teria aconselhado a “procurar seus direitos”, por não concordar com a atitude do médico.

Leia a íntegra da postagem feita em uma rede social.

O outro lado

A reportagem do Jornal O VETOR fez contato por telefone com o vice-prefeito e secretário municipal de saúde, Fernando Couto, o Tatoo, que alegou não estar presente no momento da ocorrência, mas que conversou com os trabalhadores envolvidos no episódio, afirmando que, até o momento, tudo indica que o médico agiu dentro dos protocolos e que não houve agressão, mas sim o uso de um conhecido procedimento médico para verificar reação de pacientes desacordados.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde, através da assessoria de comunicação do município, respondeu aos questionamentos feitos pelo Jornal O VETOR. Leia a íntegra.

Esclarecemos que os relatos publicados em rede social por__ não correspondem aos relatos dos servidores de plantão na ocasião: 1 vigia, 2 técnicos de enfermagem  1 enfermeiro padrão e o médico. No atendimento do paciente foi utilizada uma manobra de exame físico preconizada e reconhecida pela medicina e que não se trata nem de perto de agressão ou soco como alegado. Afirmamos que em nenhum momento ouve agressão ao paciente.

Informamos que o médico no dia seguinte compareceu ao Batalhão da Polícia Militar e registrou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desacato ao funcionário público em exercício de sua função e por calunia e difamação. Quanto aos procedimentos utilizados para diagnostico não cabe expor em público, tratando-se de assunto técnico e protegido por Código de Ética Médica.

Repercussão

A denúncia feita através da postagem do jovem teve forte repercussão, com várias pessoas revoltadas com a suposta agressão feita médico, cobrando medidas severas pela prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde.

Houve também diversos relatos em favor do médico, citando sua atuação exemplar no salvamento de vidas de moradores e de turistas que se acidentaram recentemente em uma das várias cachoeiras existentes no município.

O secretário municipal de saúde, Fernando Couto, afirmou a reportagem de O VETOR que tomara várias medidas a partir desse fato, um delas será a instalação de câmeras com captação de áudio em vários setores do hospital, principalmente na recepção e nas salas de ambulatórios médicos.